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04/22/2009

Amor de Perdição

Estou na metade do livro e só agora peguei gosto por ele mesmo. É aquele tipo de literatura “must read” por ser um clássico do romantismo, no qual a mocinha e o mocinho não podem ficar juntos ou porque um deles é pobre ou porque há briga entre as famílias de ambos. É quase desnecessário ler tais títulos porque o enredo é basicamente o mesmo, como dito acima. Acontece que, vira e mexe, você se depara ocmo umas frases de efeito tão impressionantes, que aí sim é que você pensa que esses clássicos devem ser lidos, até porque o nome já diz: clássico é clássico, não tem de ser cool, como a literatura best-seller (pelo menos de adolescentes) de hoje em dia demanda. Eis a frase que me encantou:

Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência. – BRANCO, Camilo Castelo: Amor de Perdição, pp. 70.

Vai dizer que isso não faz bem pro ego, esse orgulho ou a tal insaciabilidade humana?

Sinceramente, para ler esse livro tive que ter muita força de vontade. Me foi pedido para lê-lo durante esse semestre na faculdade para que eu faça uma resenha sobre ele, e as primeiras páginas foram as mais sofridas e difíceis. É aquele tipo de leitura que não flui, talvez por ter um vocabulário de época que até nos dicionários de hoje em dia não se encontra tais definições, mas creio que a principal dificuldade de leitura, pelo menos por parte dos adolescentes, seja a tal do maturidade intelectual, ou do conhecimento prévio, no qual é feito vários relatos e/ou referências a certos eventos que exigem um certo conhecimento prévio por parte do leitor, e aí dificulta ainda mais a leitura por ter de fazer pausas e reflexões.

De qualquer forma, vale a pena sim ler esse tipo de livro, pois mesmo que o enredo seja o mesmo, o conteúdo sempre traz surpresas e faz valer o tempo (bem) gasto e as reflexões feitas, o duro é convencer as pessoas que não têm hábitos de leitura a ler esses tipos de livros. Sabecumé, nessa geração de The Secret e afins, cremos que a força do pensamento é tudo, mas só quero ver onde fica a tal força de vontade…